segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sustentabilidade inacessível

Sustentabilidade é uma das palavras da moda, todo trabalho ou produto que usa este termo é bem visto pela sociedade.
O interessante é que quando um produto leva essa atribuição "produto sustentável" você deve se preparar para pagar um preço alto por ele.
Fico a me perguntar, se é sustentável, ecológico, etc, mas é acessível a um pequena parcela da sociedade, será que isso está trazendo sustentabilidade ao planeta?
Um raciocínio bem simples, usando madeira como exemplo. Um madeira de floresta natural custa em torno de R$ 16 por metro, em um perfil de 5x15 cm e o eucalipto tratado (reflorestamento) com diâmetro entre 14 e 16 cm, ou seja, perfil próximo da madeira normal, custa em torno de R$ 29 por metro. Então? porque eu escolheria usar o eucalipto se os meus recursos só poderiam pagar pela madeira, mais de R$ 10 reais mais barato por metro?
Recentemente lendo uma revista de arquitetura, li sobre um tipo de piso ecológico, sustentável, feito com material reciclado, mas custa nada mais nada menos que R$ 250 por m², exatamente isso, pois é, enquanto um porcelanato médio custa em torno de R$ 100 por m², ou um simples em torno de R$ 30 por m².
Preciso dizer mais alguma coisa? Sustentabilidade, orgânico, ecológico, ambientalmente correto, etc, são sinônimos de produto de alto valor, acessível a poucos. A maioria da população, responsável pelo maior volume de consume de produtos como madeira, plástico, alimentação, não tem condições de comprar produtos sustentáveis e continuarão a consumir o que destrói a natureza, então, caro leitor, será que posso dizer que esses produtos são realmente sustentáveis?
Sim, esqueci de um detalhe, quando um produto recebe a certificação para ser chamado assim, eles recebem incentivos fiscais para serem produzidos, ou seja, deveria ser mais barato que os demais.
Pois é, será que eu serei um consumidor sustentável algum dia?

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A Era do Desinteresse

Como professor, sofro o constante ataque do desinteresse dos alunos, essa semana eu tive que ouvir "eu não vou trabalhar nessa área", por mais de um aluno e de cursos diferentes. A pergunta que permeia a minha mente é, se o aluno está num curso de formação generalista não é de se esperar que ele tenha disciplinas em várias áreas da sua formação? Se não for assim teremos que criar um curso superior para cada aluno.
Mas esse é apenas um dos pontos da minha fala nesse post.
O que tenho percebido é um desinteresse do ser humano, não só brasileiro, mas em geral, por várias coisas.
Começando pela própria vida, isso se confere quando presenciamos alguém jogar lixo na rua. Será que o meio onde vivemos não interessa se está limpo ou sujo, poluído ou não?
Na política, os eleitores não se interessam pela vida do seu candidato, isso quando tem candidato. Do outro lado os políticos que não se interessam pelo seu país e seu povo, como se esse país não fosse o mesmo das suas futuras gerações.
Assim segue todo o processo na Era do Desinteresse, uma coisa leva a outra.
Um professor certa vez perguntou aos alunos por quê eles diriam que o Brasil nunca será um país de primeiro mundo. Após várias respostas criativas ele respondeu em uma frase curta: - Porque o povo é de terceiro.
Infelizmente uma grande parte da população não se interessa em tornar o nosso país em um de primeiro mundo, só se preocupam com seu próprio umbigo, não querem sequer ter o trabalho de carregar um papel de bala no bolso até a próxima lixeira, entre outros descasos.
Eu ainda não sei dizer onde tudo isso vai dar, mas de uma coisa eu sei, que cada dia que passa parece piorar, é a Era do Desinteresse.

domingo, 31 de maio de 2009

Aprendiz 6

É a primeira postagem dessa página e quero identificar a linha desse blog como sendo os pensamentos e as opniões que tenho sem querer impor idéias, apenas colocá-las em discussão ("Eu posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas hei de defender até a morte o seu direito de dizê-las". Voltaire).
Uma coisa me chamou atenção no programa Aprendiz 6, confesso que não acompanhei o programa todo, mas sim uma das últimas provas, onde as candidatas foram deixadas no Chile e teriam que voltar a São Paulo, e quem chegasse primeiro seria a primeira finalista. Todas elas usaram a mesma idéia, pedir dinheiro para a viagem, ambas usaram de diversas histórias para conseguir o dinheiro. Enfim, todas mentiram, uma chegou a confessar que ficou com peso na consciência por mentir sobre a saúde de parentes, mudou a história mas não deixou de mentir.
Enfim, todas chegaram ao destino, quem ganhou não importa, o que quero ressaltar é o fato de que a mentira não foi punida, ou seja, a mensagem deixada é que para se ter sucesso nos negócios vale tudo, inclusive uma "mentirinha".